Como a competição é patrocinada por duas emissoras de TV, o horário é bem ao gosto dos patrocinadores.
Jogos são marcados para terminar em torno de meia noite, o que dificulta a presença do torcedor, e redunda em mais gente em casa, vendo o jogo pela TV.
Funciona de forma que, a TV libera uma grana para os clubes, e em troca, eles se submetem aos seus horários esdrúxulos, retendo o torcedor em casa, por uma razão muito simples: cada torcedor em casa, é um expectador a mais da TV, e, cada torcedor no estádio, é um expectador a menos.
Lógico que o clube precisa da verba da TV, lógico também que, a TV, que banca, precisa de audiência. O que se questiona, é o incentivo a que o torcedor não vá ao estádio. Isto, a médio e longo prazo, pode trazer consequências gravíssimas para os clubes.
Os exemplos de pequena frequência nos estádios, já estão aí.
Estão matando aquilo que representa, para os clubes fora dos grandes eixos futebolísticos, a sua maior fonte de renda, ou seja, a própria sobrevivência.
Felizes são os clubes que, fruto de um trabalho continuado, auferem rendas outras, que não as de bilheterias, missão difícil em estados de PIB reduzido, como são os da região nordeste.
Um fato que a rica CBF tenta fazer de conta que não percebe.
As consequências, mais cedo ou mais tarde, chegarão.
Aí, quem sabe, haverá tempo para o problema ser estudado em escala macro, no país do futebol.
